terça-feira, 29 de março de 2011

STF adia votação do piso. E agora, José?

Em função do luto oficial pela morte do ex-vice-presidente da República José Alencar, o STF adiou a votação do mérito do Piso Nacional do Magisterio, que aconteceria nesta quarta-feira, dia 30. Ainda não se sabe para quando o tema entrará novamente em pauta. E agora, José?

CARTA DE UM EDUCADOR PARA OS MINISTROS DO STF

Carta Aberta aos ministros do STF

Prezados Senhores,

Os senhores deram uma grande contribuição para o amargo fim da carreira do magistério no Brasil quando quebraram, em decisão liminar, os dois pilares fundamentais da Lei do Piso do Magistério (11.738/2008): a definição de piso enquanto piso - e não enquanto teto ou somatória de todas as formas de remuneração - e o direito a um terço de tempo da jornada de trabalho para atividades extraclasse.

A carreira dos professores do ensino básico está praticamente deixando de existir, dadas às péssimas condições de trabalho e aos salários de fome que os profissionais recebem. Por todo o país as universidades e fundações do ensino superior estão fechando os cursos de licenciatura, pois não há procura por parte dos jovens estudantes.

Os salários praticados no Brasil para a remuneração dos professores, comparativamente às demais carreiras do mercado e do Estado com o mesmo de grau de formação acadêmica, são os mais baixos. E infelizmente, a decisão liminar que os senhores tomaram, atendendo ao pedido de alguns desgovernadores - os quais não demonstram qualquer compromisso com a Educação pública - contribuiu e muito para a citada realidade.

Um professor com curso superior hoje recebe entre um e três salários mínimos para a extensa atividade que pratica, às vezes em dois ou até três cargos, acumlando cargos públicos e privados. E é justamente nas costas desses educadores que recai a responsabilidade atribuída por governantes para a solução de todos os problemas por que passa o país. Ante a fome, ao desemprego, à criminalidade, as elites políticas do Brasil dão a mesma resposta: falta uma educação pública de qualidade. Mas, as palavras não correspondem aos fatos.

No lugar dos atos, os governos praticam propaganda, quase sempre enganosa, a dizer que os índices da Educação básica estão melhorando, que agora os professores têm um piso salarial, que em breve terão plano de carreira, e etc e tal. Olhai, no entanto, a realidade, senhores ministros do STF. A realidade das periferias dos grandes centros, onde falta de tudo um pouco. Ou muito. Olhai a realidade dos professores, mal remunerados, sem políticas sérias de formação continuada, desestimulados em função de horizontes pouco claros. Para os professores, os governantes prometem o futuro, de uma arrecadação melhor que há de acontecer, ou do pré-sal. Mas, os senhores sabem bem que ninguém vive de futuro, ninguém paga as contas do dia-a-dia com promessas de um futuro que não chega nunca.

O piso salarial do magistério, após um longo tempo de maturação no Congresso Nacional, decepcionou pelo valor e pela jornada de trabalho: R$ 950,00 para 40 horas de trabalho, atualizado hoje, quase três anos depois, para R$ 1.187,00 para a mesma jornada de 40 horas. As poucas coisas boas que a Lei do Piso trazia eram justamente os itens que os senhores trataram de suspender liminarmente, atendendo a pedido de cinco desgovernadores, na famigerada ADI 4167. E nem havia justificativa séria para tal ação movida por aqueles senhores, uma vez que a lei previa uma complementação, por parte da União, para aqueles entes federados que provassem não poder pagar o piso de forma integral.

Mas, agora, no próximo dia 30, os senhores terão a possibilidade de corrigir a medida liminar que tomaram e de uma vez por toda, dar à Lei do Piso a vigência - e a existência - que não aconteceu até agora. Piso é vencimento básico, é piso, e não a somatória de básico e penduricalhos. Não fosse dessa forma, não haveria sentido algum votar uma lei voltada para criar um patamar mínimo para uma carreira tão desvalorizada quanto a dos professores. O piso enquanto teto, e não enquanto piso, descaracteriza a lei - descaracteriza o próprio conceito de piso. Torna-a inútil, sem qualquer funcionalidade, e provoca, justamente para os professores mais antigos, que adquiriram gratificações ao longo da carreira, uma profunda injustiça.

Quanto ao terço de tempo extraclasse da jornada de trabalho, é o mínimo que se pode oferecer aos professores, para que possam preparar as aulas, corrigir trabalhos e avaliações, participar de reuniões interdisciplinares ou com a supervisão e direção escolares, realizar pesquisas etc. Há governantes que atribuem aos professores o papel de tomadores de conta de crianças e jovens, não havendo necessidade deste tempo mínimo extraclasse para a preparação das atividades pedagógicas. Mas, creio que os senhores sabem perfeitamente que uma Educação de qualidade requer o mínimo de tempo para um desempenho eficaz por parte do profissional. E o terço de tempo da jornada é este mínimo. O ideal seria 50% do tempo ou mais, como acontecem nas melhores escolas federais. Não é justo que precisamente o ensino público básico, voltado para as famílias de baixa renda receba tratamento inferiorizado. Ao estabelecer este tempo mínimo extraclasse, o legislador percebeu que era importante criar um padrão nacional de qualidade, justamente para impedir que governantes transformem os educadores em tomadores de conta de crianças e jovens, como é comum acontecer Brasil afora.

Portanto, senhores ministros, está nas mãos dos senhores uma decisão que poderá contribuir para que a carreira do professores do ensino básico ganhe uma sobrevida, com possibilidades de melhorias no presente e no futuro. Como também, a depender da decisão autônoma que os senhores tomarão, poderá representar a pá de cal que faltava para proclamar o encerramento das poucas possibilidades que ofereceram para os professores nos últimos anos.

Espero que, para além das pressões que os senhores possam receber de governantes, pró ou contra a referida ADI, os senhores tenham a grandeza de olhar para as novas gerações deste país; para o presente e para o futuro. Para que depois não se fale nos discursos que os ex-governantes (ou ex-ministros) não fizeram aquilo que deveriam fazer. Os senhores têm agora a possibilidade de fazer o que é certo. É isso que dois milhões de professores esperam ansiosamente que aconteça no dia 30.

Atenciosamente,

Euler Conrado

Professor do ensino público da rede estadual de Minas Gerais

Vespasiano, em 29/03/2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Para o bem ou para o mal, dia 30 pode encerrar o primeiro capítulo da longa novela do piso do magistério

Foram anos de expectativa em torno de um tema que se tornou promessa de campanha e propaganda enganosa supostamente em favor dos professores. Desde a aprovação do piso do magistério em 2008 nada praticamente mudou na vida dos professores. Os pilares do piso - o fato do piso ser vencimento básico e não teto e o terço de tempo extraclasse - foram quebrados pelo STF em decisão liminar, atendendo aos desgovernadores e prefeitos e governo federal.

Agora, no dia 30, o STF terá a chance de corrigir a sacanagem que praticou contra os professores do Brasil, que tinham grande expectativa de mudança da dramática situação salarial vivida em todo o país. Uma decisão importante, que não terá a presença de centenas de milhares de educadores na porta do STF, como seria o desejável, graças à igualmente sacana direção das entidades sindicais e da sua confederação, absolutamente atrelados às políticas oficiais do governo federal. Agem ao sabor da agenda do governo federal, sem qualquer autonomia.

Mas, dia 30 essa estória - mais do que uma história - começa a mudar de fato. Se o STF votar em favor dos professores - pelo terço de tempo extraclasse e pelo piso enquanto piso - não haverá mais desculpa para nenhum governante não pagar o piso. A nossa luta então terá que ser em duas frentes: 1) pela exigência do cumprimento imediato da lei do piso - que inclui o valor básico ainda que ridículo de R$ 1.187 para 40 horas para o professor com ensino médio, o terço de tempo extraclasse e a aprovação de plano de carreira em todas as redes; e 2) pelo imediato reajuste do valor do piso para algo próximo de R$ 2.000,00.

Essas medidas mexem com os interesses das tres esferas - governo federal, governos estaduais e governos municipais - e não podem ser tratadas isoladamente. O melhor mesmo seria a federalização já debatida aqui nesse blog. Mas, sabemos o quanto isso contraria interesses de governantes das três esferas e das próprias entidades sindicais, que não querem perder a sua base política e regional. Portanto, se não conseguimos de imediato a federalização, que pelo menos tenhamos a capacidade de articular as lutas regionais a interesses e objetivos comuns, nacionalmente.

A CNTE tem tido um papel praticamente inócuo, pois sua ação está pautada na agenda do Governo Federal. Virou uma escada para a ascensão individual de certos membros da cúpula sindical, o que aliás, tem ocorrido com a CUT e a UNE: são entidades-trampolins para que alguns chefes galguem cargos nas esferas mais altas do aparato estatal. Seja como deputados, como assessores de ministérios ou secretarias, ou conselheiros de alguma estatal. Nem é preciso aqui nomear os exemplos de lideranças sindicais que se afastaram das bases para se tornarem burocratas a defenderem os interesses de estado (leia-se: da burguesia) contra os interesses de classe dos trabalhadores aos quais diziam defender no passado.

Agora, se o STF votar pelo piso enquanto teto e contra o terço de tempo extraclasse, então meus amigos, este piso vai continuar do jeito que está: uma inutilidade prática para enganar bobos. Tal decisão deverá também nos fazer refletir sobre o papel dessas entidades sindicais que permitiram que fóssemos arrastados na onda e na agenda do governo federal, como se tivéssemos avançando nas conquistas. Posso falar por mim: em quase 9 anos de magistério, as únicas e tímidas conquistas salariais que eu percebi foram fruto das nossas lutas aqui em Minas. Assim mesmo acompanhadas de grandes derrotas e perdas, como o corte dos quinquênios e biênios de que fomos vítimas.

Ou seja, a lei do piso e a estratégia sindical vigente de não organizar grandes mobilizações nacionais não resultaram em nada até agora, para nós. Nem para os colegas professores considerados novatos, nem tampouco para os antigos profissionais, que amargam situação de perdas e salários baixos. Nenhuma outra carreira do chamado mercado - ou do estado -, com o mesmo grau de formação dos professores, recebe salários tão ridículos quanto os nossos - sem falar nas condições de trabalho, que não são nada boas.

Mas isso tem também um outro culpado, que somos nós mesmos, que não aprendemos a nos organizar e a nos mobilizar e ficamos a esperar que as coisas caiam do céu. Claro que muitos de nós lutaram corajosamente, e continuam prontos para os mais aguerridos combates. Mas, uma parcela muito expressiva da categoria acostumou-se ao chicote das direções escolares, ou da mesquinharia noveleira dos grupinhos fechados em escolas, ou de um status que não existe, mas que insistem em querer fazer parecer aquilo que não é.

Somos uma carreira de profissionais desvalorizada, para baixo, sem estímulo, sem valorização. E o que é pior: uma carreira que o tempo inteiro os governos, os políticos e a mídia e parcela das comunidades insistem em dizer que é a mais importante do mundo. O tempo inteiro os políticos e os especialistas dos problemas sociais elegem a Educação como tábua de salvação para todos os problemas da humanidade. E nós nem queremos esse papel. Queremos apenas que haja a real valorização dos educadores e que sejam criadas as condições adequadas de trabalho, além de reais políticas de formação continuada. No lugar disso, o que vemos é muita propaganda, muita ladainha, muita promessa oca para o futuro. Não somos ouvidos, não somos consultados, não somos atendidos nos nossos interesses.

Por isso, camaradas de luta, após o dia 30 começará realmente a retomada da nossa luta, em Minas e no Brasil, com o piso enquanto piso, ou com outras referências. Espero que vocês possam refletir sobre essas realidades e que possamos intervir mais diretamente, como sujeitos e não como marionetes. Temos problemas diversificados aqui em Minas, criados pelos sucessivos governos. Mas, temos objetivos comuns, nacionais, que não serão resolvidos aqui, apenas. A combinação da luta regional e nacional é uma necessidade. E nós não temos organização nacional para este fim. As entidades sindicais que aí estão tornaram-se aparelhos de (ou das políticas do) estado, e não organização autônoma de combate, como deveriam ser. Estejamos prontos para novas lutas! Ou vocês já se cansaram

Referência Blogger do Euller....
10 perguntas que os pais devem fazer aos professores
A participação dos pais na escola ajuda no desempenho escolar das crianças. Uma boa maneira de começar é falando com os mestres




Foto: Marcelo Almeida

Demonstrar interesse pelo aprendizado das crianças é o primeiro passo para melhorar o desempenho escolar delas
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Pais educam, escolas ensinam: apregoa um velho provérbio. De fato, é um erro atribuir à escola a total responsabilidade pelo desempenho escolar das crianças. Pesquisas em todo mundo mostram que o envolvimento da família na vida escolar dos filhos é vital para o desenvolvimento deles. A parceria pais + professores é considerada tão importante que governos pelo mundo investem em medidas para incentivar a presença dos pais na rotina da escola. Em Nova York (Estados Unidos), onde medidas fizeram com que a cidade fosse considerada um dos sistemas com trajetória de forte melhoria no mundo, segundo um relatório da consultoria Mckinsey, de 2008, existem políticas públicas específicas para estimular a participação dos pais.

Uma das principais iniciativas tomadas pela prefeitura foi a de criar a posição de coordenador de pais para cada uma das escolas públicas da cidade. Esse profissional trabalha como mediador entre a escola e a família: acolhe os pais, tira dúvidas e ajuda quem não pode participar de reuniões da Associação de Pais e Mestres. No Brasil, o MEC, secretárias estaduais e municipais começam a se engajar nessa luta para envolver a família. As escolas brasileiras mais bem colocadas no Ideb (índice de desenvolvimento da educação básica) também têm estratégias para atrair os pais para dentro da escola. "Isso faz a diferença entre uma boa escola e uma mediana", diz Eliana Aparecida Piccini Coelho, diretora da escola André Ruggeri, de Cajuru (SP), com nota 7,9 no indicador governamental.

A participação é importante, sim, e por isso o trabalho dos pais precisa estar em sintonia com a escola. E, nada melhor, do que uma conversa (ou várias) com o professor da criança para descobrir como ajudar. "A família tem de contar com a escola para cuidar dos filhos, mas essa responsabilidade deve ser compartilhada. Senão, vira um jogo de empurra-empurra e quem sofre é a criança" diz Luciana Fevorini, coordenadora de ensino fundamental II do Colégio Equipe, em São Paulo.

Como começar a conversa com o professor? O contato pode ser informal, aproveitando as entradas e saídas da escola, ou por meio de um telefonema. "Os pais podem ligar para a escola e perguntar o melhor momento para falar com o professor. Mas a escola deve lembrar que a maioria dos pais trabalham e que, muitas vezes, alguns horários são proibitivos", diz a psicóloga e educadora Ana Inoue. É papel da escola propor momentos de contato entre pais e professores. Se a escola não fizer isso, a família pode exigir a abertura de um espaço para conversa.

Muitos pais, no entanto, podem sentir-se constrangidos em questionar os professores sobre a vida da criança na escola. O motivo, muitas vezes, é o desconhecimento. Demonstrar interesse pelo aprendizado do filho, independente do nível socioeconômico, é o primeiro passo para que ele melhore na escola. "Mesmo que não tenham estudos, os pais podem, sim, conversar com o professor", diz a pedagoga paulista Carmen Galuzzi. Para ajudá-lo na tarefa de iniciar o diálogo com o mestre de seu filho, consultamos especialistas e identificamos 10 perguntas que podem servir de ponto de partida.


1. Meu filho participa das aulas?

É importante saber se a criança tem feito as lições propostas em classe e participado das atividades. Independente da faixa etária, a participação indica o envolvimento do aluno. "O professor pode dizer se a criança demonstra curiosidade ou se é apática", explica Ana Inoue, coordenadora do Instituto Acaia, em São Paulo (SP).

Professores de crianças maiores podem ser perguntados sobre o interesse que os jovens demonstram -- ou não -- nas aulas. "Participar ativamente, fazendo e respondendo perguntas, evidencia o potencial de aprendizagem do estudante", completa Ana.


2. Como meu filho se relaciona com colegas, professores e escola em geral?
Com a resposta a esta questão é possível avaliar se a criança está se socializando e respeitando as regras da escola. Muita agitação ou timidez podem ser indício de que algo vai mal. E o professor, que convive muito tempo com a criança, deve sinalizar esses comportamentos aos pais. "Crianças manifestam problemas disciplinares, que a família muitas vezes não percebe, na forma de dificuldades de adaptação na escola", diz psicólogo Jacques Akerman, de Belo Horizonte (MG). Muitos pais podem achar que a criança é tímida em casa e saber, pelo professor, que ela tem boa integração social na escola. O contrário também pode ocorrer. "A família pode achar que a criança se relaciona bem e descobrir que ela é tímida na escola" explica Luciana Fevorini. Outros aspectos são importantes: ela chora? Come direito na escola? "Os pais precisam ficar atentos também a esses detalhes", diz Luciana Fevorini.

3. Devo ajudar nas tarefas de casa?
Muitos pais ficam em dúvida entre corrigir o dever de casa ou não. O professor pode mostrar quais são as melhores posturas em relação à tarefa, quais atitudes devem ser evitadas. O ideal é combinar com ele, pois podem ocorrer divergências entre as instruções da escola e da família. "Muitos pais ficam preocupados em corrigir erros ortográficos, mas, muitas vezes, isso não importa tanto para o professor, que observa o conjunto e a evolução do aluno", diz Luciana Fevorini.

4. Como ajudar nas tarefas?
Algumas crianças, por força do hábito, só fazem o dever na companhia de um adulto. Nesse caso, os pais podem acompanhar a lição, claro, supervisionando a atividade e, assim, estimulando a autonomia. "A família não pode fazer a tarefa pela criança, jamais", ressalta Carmen Galuzzi.

Quando os pais não têm condições de ajudar na lição -- e não importa se o motivo é a falta de tempo ou o desconhecimento --, não há motivo para vergonha. Devem pedir orientações mais claras à escola e até contarem seus problemas, dizendo com franqueza que nunca aprenderam determinados assuntos. Mesmo porque os métodos mudaram muito, a começar pela alfabetização, com a substituição das velhas cartilhas por sistemas considerados mais modernos. Outro motivo comum é a dificuldade de alguns pais com pesquisas pelo computador. Se não puder ajudar, o melhor é informar a escola. Seu filho só tem a ganhar com isso -- e você pode tentar aprender o que não teve oportunidade de estudar antes.

5. Como posso me integrar à escola?
O professor explicará se a escola tem associações de pais e como aderir a elas. Além disso, falará sobre outras formas de inclusão da família na escola -- muitas têm projetos no contraturno e no fim de semana que envolvem toda a comunidade. O programa Tempero de Mãe, desenvolvido na rede municipal de Sud Menucci, no interior paulista, é um exemplo: envolve mães na preparação da alimentação escolar e por tabela, no dia-a-dia da escola. As candidatas são selecionadas, contratadas e remuneradas pela Associação de Pais e Mestres (APM).

Você também pode apoiar a abertura da escola do seu filho para a comunidade, organizar e participar de atividades extra-classe que acontecerem nas dependências da escola. "Se você é bom em música, por exemplo, ofereça ajuda" afirma Luciana Fevorini. A psicóloga alerta, porém, para a possibilidade de pais ocupados se sentirem discriminados e isso gerar conflitos com a escola. "A família pode ajudar, mas os professores não podem contar com isso".

6. Qual a rotina da escola em relação às tarefas?
Procure entender como funciona a lição de casa. A escola costuma passar muitos deveres? Qual a freqüência? A lição exige muito tempo de estudo? Conhecer a rotina da escola em relação aos deveres pode ajudá-lo a acompanhar a criança e lembrá-la de fazer tarefa todo dia. "O pai pode não saber como ajudar, mas pode perguntar à criança se ela fez ou não a lição", diz Ana Inoue. Segundo a psicóloga, providenciar um lugar para os estudos também é uma forma de estimular os pequenos: "Pode ser qualquer lugar da casa. Vale até a mesa da cozinha".


7. Como a escola organiza comemorações?
Comemorações são ótimas formas de integração entre pais e mestres. Aproveite para se aproximar do professor do seu filho. Procure saber como a escola celebra aniversários de alunos e se permite a organização de festas. Mas há de considerar o outro lado da moeda: verifique se datas comemorativas, como o dia do índio, por exemplo, não interferem na carga-horária -- muitas crianças perdem aulas importantes para organizar festas que nada acrescentam ao aprendizado. "Sou contra comemorações do tipo data pela data", diz Luciana Fevorini, do colégio Equipe. Ela explica que os eventos devem integrar o planejamento e o currículo da escola. "Os pais têm de entender os objetivos da atividade e tentar esclarecer eventuais dúvidas", completa. Por isso, nada de inibições: você pode e deve tirar dúvidas e questionar a importância de determinadas atividades. "Muitos colégios valorizam a formação da cidadania e a cultura, mas o que conta mesmo é a leitura e a escrita" explica Ana Inoue. Para esta psicóloga, os pais devem perguntar o que a escola pretende ensinar com tais atividades e quais os conteúdos prioritários.

8. Como a escola avaliará o avanço do meu filho?
Tradicionais ou não, as provas diagnosticam o progresso da criança. Por isso, é importante entender quais são os critérios de avaliação da escola (a nota vai resultar da aplicação de uma prova de trabalhos ou dos dois?) e como a média é composta. Também é importante saber os motivos da nota da criança. "Em resumo, os pais têm de entender o que seus filhos precisam saber para tirar nota 10", afirma a psicóloga Ana Inoue. O mesmo vale para notas baixas. Peça exemplos concretos e não hesite em tirar dúvidas. Muitos professores, sem perceber, usam jargões e palavras difíceis, o que dificulta o entendimento dos pais e os afasta da escola.


9. Como é a comunicação entre a família e a escola?
Saber a melhor forma de se comunicar com a escola e também como ela vai responder é fundamental. Assim, dá para entender como a escola se relaciona com os pais, com que freqüência organiza reuniões, como notifica problemas e até como procede em caso de acidentes. "A família precisa saber a quem recorrer e como agir diante de brigas do seu filho com colegas, dificuldades de entendimento da matéria, entre outros", diz a psicóloga Ana Inoue. A comunicação pode ser feita via agenda, bilhetes ou telefone. "Mesmo assim, os pais podem ligar para escola quando acharem necessário", diz Luciana.

10. Qual é a sua posição em relação a faltas?
Saber se o professor faltará e quando isso vai ocorrer facilita o planejamento dos pais, ensina a psicóloga Ana Inoue. Em todo Brasil, a falta de professores (ou absenteísmo) é um problema sério. No Estado de São Paulo, por exemplo, os professores faltaram ao trabalho 15% do ano letivo de 2007. No ano passado, uma lei limitou o número de faltas dos docentes paulistas, mas esse controle não acontece nas demais regiões do país. Por isso, é importante antecipar-se e perguntar sobre o número de ausências previstas e sobre a postura dele em relação a isso.
Foto: Daniel Aratangy

A reunião de pais e mestres não é um mero evento protocolar
O professor do seu filho conhece suas expectativas em relação ao trabalho dele? E você: sabe exatamente como é o dia-a-dia da criança na escola? Sabe como ela se relaciona com o professor e os colegas? Se você frequenta as reuniões de pais e mestres e mantém um diálogo constante com os profissionais que cuidam da Educação do seu filho, provavelmente deve estar com todas essas questões esclarecidas e, portanto, sentindo-se mais seguro.

Sim, a reunião de pais e mestres não é um mero evento protocolar, que a escola organiza com o objetivo de dar algumas satisfações aos pais. "O objetivo das reuniões é compartilhar interesses e missões tendo em vista os benefícios para o aluno", define a pedagoga Isa Spanghero Stoeber, uma das autoras do livro Reunião de Pais - Sofrimento ou Prazer?, da editora Casa do Psicólogo.

Compartilhar é mesmo a palavra quando se fala nessas reuniões. Afinal, a relação entre a escola e os pais deve ser de parceria, como ressalta Carmem Silvia Galluzzi, autora do livro Propostas para reunião de Pais, da Editora Edicon. Para ela, as reuniões têm um grande poder de aproximar famílias e escolas. "Os pais recebem orientações, esclarecem dúvidas e, assim, estabelecem uma relação de confiança e cooperação com os professores."

Do ponto de vista social, estar presente nas reuniões também traz benefícios aos pais e, consequentemente, ao aluno, pois a troca de vivências é grande. "É importante que os pais dos alunos se conheçam e troquem experiências", explica Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, de São Paulo.

Enumeramos aqui 8 razões para você sempre marcar presença nesses encontros e tirar o máximo proveito deles.
Saiba mais:

A escola da família
Aproximar os pais do trabalho pedagógico é um dever dos gestores. Conheça aqui 13 ações para essa parceria dar resultado
Conhecer a escola a fundo
Acompanhar o aprendizado
Esclarecer dúvidas de interesse geral
Conhecer seu filho sob outros pontos de vista
Firmar parceria com a escola
Entender as crises da idade
Conhecer para poder ajudar
Mais confiança para todos

1. Conhecer a escola a fundo
Na reunião de pais e mestres, tem-se a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre a proposta pedagógica e a metodologia de ensino da escola onde seu filho estuda. Mesmo que você já tenha refletido sobre esses aspectos no momento da escolha da escola, é interessante se atualizar de tempos e tempos e repensar, nessas ocasiões, se aqueles ideais apresentados pela escola são mesmo compatíveis com os de sua família. Você pode, por exemplo, ter concordado de início com o fato de os professores passarem longos deveres de casa todos os dias. Mas, com o tempo, ao ver seu filho sempre atolado em lições e sem tempo para outras atividades, você pode passar a questionar essa atitude e a metodologia da qual ela faz parte. Nesse caso, é provável que, na reunião, coordenadores e professores expliquem por que, para aquela instituição, as tarefas diárias são consideradas tão importantes. “Nas reuniões, expomos aos pais a nossa proposta”, sintetiza Carmen Silvia Galluzzi, psicóloga educacional do Colégio Oemar, de São Paulo, e professora do Centro Universitário Assunção (Unifai), também da capital paulista.

2. Acompanhar o aprendizado

Ponto alto nas reuniões, o processo de aprendizado das crianças costuma ser discutido para que os pais possam acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, ou, no mínimo, ter referências sobre a fase da criança (“Ela já devia estar lendo?”, “E escrevendo?”). É também um momento propício para tirar dúvidas que surgem no ambiente doméstico, principalmente sobre as tarefas que são solicitadas aos alunos. “Posso ajudar meu filho no dever de casa?”, “Por que é importante que ele faça todas as tarefas?”, “Ele precisa estudar todo dia?”.

É fundamental que pais e professores sintonizem suas cobranças e seus discursos. “Isso evita que a criança tenha conflitos”, explica Isa Stoeber, referindo-se às situações em que os pais, por exemplo, cobram outros afazeres das crianças (como cursos extracurriculares), em detrimento do dever de casa. “É prejudicial quando os pais cobram uma coisa e a escola outra, porque a criança acaba se sentindo sempre em falta com alguém”, conclui Isa, que também é terapeuta de família.

3. Esclarecer dúvidas de interesse geral
“Será que a escola não está aplicando muitos trabalhos em grupo?”, “Por que meu filho tem tanta coisa para estudar?”, “Por que eles precisam de tantos livros didáticos?”. Questões como essas são de interesse coletivo, portanto podem perfeitamente ser levadas para as reuniões de pais. O calendário anual, as excursões e as viagens e os materiais solicitados ao longo do ano também são assunto nos encontros. “A reunião de pais e mestres não visa o individual, mas sim o coletivo”, diz Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, em São Paulo. Portanto, as informações que serão trocadas entre todos os presentes devem ser de interesse geral, evitando prolongar demais a duração da reunião. “O pai que sente que o filho tem alguma dificuldade ou particularidade que mereça ser discutida deve fazer isso em um horário reservado”, completa Flores. Assim, para que o encontro se torne mais proveitoso, é interessante que os pais levem questões que poderão ser abordadas naquele momento, beneficiando a todos.


4. Conhecer seu filho sob outros pontos de vista
O comportamento de seu filho pode ser assunto na reunião de pais e é importante ficar atento a essas observações, já que a postura da criança pode definir o seu aprendizado e, claro, sua maneira de se relacionar com os professores e coleguinhas. É importante lembrar que nem sempre o comportamento da criança é o mesmo na escola e em casa, o que, muitas vezes, pode gerar diferentes impressões sobre ela (em casa, ela é extrovertida e falante, mas na escola tende a se fechar e a apresentar timidez; ou é irrequieta na escola, desobediente, enquanto no ambiente doméstico não apresenta tais sinais). Se os pais reconhecem essas diferenças, podem também buscar entender por que elas acontecem (falta de interesse na aula? Insegurança? Baixa autoestima? Distúrbio de atenção? Agitação demais?). Ou seja: conversando com os professores e outros pais, é possível perceber como o filho é visto pelas pessoas que o cercam e, assim, tentar ajudá-lo.



5. Firmar parceria com a escola
Para a especialista Isa Stoeber, existe hoje uma confusão acerca dos limites pedagógicos e educacionais. Por um lado, a escola acha que os pais estão delegando obrigações demais para a instituição (ensinar, educar, formar caráter); por outro, os pais reclamam que a escola não cumpre seu papel como deveria. O que muitos não percebem é que a relação deve ser de parceria e de cumplicidade, e as reuniões de pais e mestres têm a função de mostrar que isso é possível, chamando os pais para participarem e dividirem responsabilidades, lembrando que a formação em casa complementa a da escola e vice-versa. É função dos pais dar bons exemplos, estimular a criança a ler, mostrar a importância de ela cumprir com seus compromissos, entre muitas outras. “Os professores devem aproveitar as reuniões para explicar às famílias como elas podem estimular as crianças, ajudá-las nas pesquisas, com o dever de casa, mas sem, é claro, assumir completamente essas tarefas”, esclarece Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, de São Paulo. Trabalhar em parceria – com cada um desempenhando o seu papel – é, ainda, essencial para a criança se sentir amparada e assistida.




6. Entender as crises da idade
Infância, pré-adolescência, adolescência... As fases do crescimento são muitas e cada uma possui suas particularidades. A escola e os pais precisam estar preparados para lidar com as questões que certamente irão surgir, enfrentando-as com naturalidade e respeito. Nas reuniões, pode ser discutido: o que é típico dessa faixa etária? Como agimos? Um exemplo: deve-se permitir ou não o namoro nas dependências da escola? São questionamentos que podem ser levados para esses encontros, com contribuições para a escola e as famílias em geral.

7. Conhecer para poder ajudar
Muitas escolas, percebendo a dificuldade das famílias para lidarem com certos comportamentos dos filhos típicos da idade, aproveitam as reuniões de pais para promover palestras esclarecedoras. Com isso, a presença nesses eventos se torna ainda mais imprescindível. Quando se tem conhecimento, se consegue ajudar de forma mais eficiente. Uma palestra bastante ministrada nas escolas é sobre sexualidade. A intenção é mostrar para as famílias o quanto é fundamental tratar o tema com naturalidade, procurando sempre conversar com os filhos e manter uma relação de proximidade, amizade e cumplicidade. “A escola é um espaço capaz de abrir esses canais de debate e entendimento”, acredita a professora Carmem Galluzzi.



8. Mais confiança para todos
Como você deve ter percebido, participar das reuniões de pais e mestres é muito importante para aproximar família e escola. E estas têm de se respeitar mutuamente. Se os pais criam uma relação de competitividade com a escola, alimentando o costume de falar mal dos professores, da organização do local e das mensalidades, por exemplo, é possível que a criança também passe a desrespeitar a instituição, o que pode prejudicar seu desenvolvimento escolar. A proximidade e a confiança entre escola e família, quando transmitidas aos alunos, fazem com que eles se sintam mais seguros, aprendam mais e se relacionem melhor.

SE UM CACHORRO FOSSE SEU PROFESSOR

Se um Cachorro fosse seu Professor
Voce teria muitas coisas para aprender...
Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear...
Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos
e deite debaixo da sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado...
volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo...
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio,
fique por perto e mostre que você está ali para confortar.A amizade verdadeira não aceita imitações!!!

domingo, 27 de março de 2011

PESSOAL,
RECEBI ESTE E-MAIL PELA SEGUNDA VEZ E , REALMENTE É BOM QUE MUITAS PESSOAS POSSAM LÊ-LO.
PELO MENOS NOS DIVERTIMOS, ENQUANTO NÃO "VIRAMOS A MESA"!
ABRAÇÃO A TODOS E SAUDE A TODOS NÓS!
VERÔNICA DALTRO


PROFESSOR E SECRETÁRIO DA EDUCAÇÂO



Havia certa vez um homem navegando com seu balão, por um lugar desconhecido. Ele estava
completamente perdido, e qual grande foi sua surpresa quando encontrou uma pessoa...

Ao reduzir um pouco a altitude do balão, em uma distância de 10 m aproximadamente, ele gritou para a pessoa:
- Hei, você aí¬, aonde eu estou?

E então a jovem respondeu:
- Você está num balão a 10 m de altura!
Então o homem fez outra pergunta:
- Você é professora, não é?

A moça respondeu:
- Sim...puxa! Como o senhor adivinhou?
E o homem:
- É simples, Você me deu uma resposta tecnicamente correta, mas que não me serve para nada...

Então a professora pergunta:
- O senhor é secretário da educação, não é?

E o homem:
- Sou...Como você adivinhou???
E a Professora:
- Simples: o senhor está completamente perdido, não sabe fazer nada e ainda quer colocar a culpa no professor.