sexta-feira, 1 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Se não chover e se ninguém morrer, STF julga o piso dos professores dia 06 de abril



A novela do piso do magistério, que estava com data marcada para encerrar o primeiro e longo capítulo, foi adiada por duas vezes. Agora, a nova data para o julgamento do mérito da ADI de cinco desgovernadores contra o piso está marcada : dia 06 de abril de 2011.

Não estamos com boas expectativas em relação ao acontecimento e explico as nossas razões:

1) as entidades inimigas da Educação pública e representativas de governos municipais e estaduais, igualmente inimigos da Educação, já se reuniram separadamente com vários ministros do STF para solicitar que eles votem em favor da ADI do mal. E aquela Casa é política e possui histórico negativo, anti-povo,

2) as entidades sindicais, a começar pela CNTE, que se tornou uma autarquia do MEC, pouco esforço têm feito para pressionar o STF e principalmente para mobilizar os educadores. Nas duas primeiras oportunidades de julgamento do piso nenhuma paralisação nacional foi convocada, nem mesmo uma grande mobilização na porta do STF, em Brasília. O negócio é aparecerem lá, de terno e gravata, meia dúzia de sindicalistas da cúpula, para depois falarem que tudo fizeram em favor dos educadores. Mentira: estão nos enganando, também,

3) o governo federal, que é peça-chave nessa estória do piso - pois, teoricamente teria que complementar os valores para municípios e estados que comprovarem não poderem pagar o piso - faz corpo mole, divulga uma coisa na mídia, e faz outra na prática. Fernando Haddad do MEC esteve em Minas durante a nossa maravilhosa revolta-greve de 47 dias e foi incapaz de dar qualquer declaração em favor do piso. E como Dilma anda num namoro danado com os governadores, e vem declarando que o primeiro ano de governo é de arrocho, não podemos esperar nenhuma iniciativa do seu governo e de suas ramificações, como a CNTE e congêneres.

Claro que esse quadro pode mudar com a nossa mobilização, pois estamos fora do frio cálculo das manobras palacianas. Sem luta, nada mudará. Com luta, Anastasia e Gazzola vão descobrir que podem dar reajuste este ano, Dilma vai se lembrar que prometeu melhorar a dramática sitaução dos educadores, os ministros do STF vão descobrir que devem prestar contas para o Brasil e não para meia dúzia de governantes, e os próprios dirigentes sindicais, se nada fizerem e continuarem essa ladainha de engana-bobo, vão perder filiados e enfrentar forte oposição das bases. Sem falar nos parlamentos, que precisam respeitar os eleitores. Mas, só o farão se colocarmos fogo nos pés deles, através de grandes mobilizações de massa, com paralisações, manifestações de rua, vigília nacional, divulgação nos blogs, corrente de e-mails, etc. Se ficarmos parados é porque merecemos ser tratados como estamos sendo.

Euler Conrado

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